Me perguntam de onde sou
Se da esquerda ou da direita
Se do centro ou da diagonal
Se do socialismo ou do capital
Digo que sou de baixo
Do chão que eles pisam
Do fundo do tacho
Do abismo que criam
Sou de baixo mesmo
Nascido no caos
Na fome e a esmo
Entre pedras e paus
Sou a mão de obra barata
O cachorro vira lata
Vitima da política ingrata
Desses homens de gravata
Sou do lado da razão
Penso com independência
Ando na contra mão
Da política da demência
Sou a pedra no sapato
Dos políticos canalhas
Sou aquele inconformado
Com os rasgas mortalhas
Sou a voz do indignado
Que ecoa diariamente
Que tenta ser calado
Sou o voto consciente
O politiqueiro despreza esse voto
Pois ama o bajulador
Que funciona por controle remoto
E depende de favor
Nem esquerda, nem direita
Me fazem caminhar
Somente minha consciência
É capaz de me guiar
Giano Guimarães
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