terça-feira, 28 de agosto de 2018

Comemoração ao dia do folclore na Escola Xv de novembro

Era uma tarde quente, mas um vento sereno soprava para nosso alívio. Mais um dia de trabalho na escola XV de Novembro. A quadra de esportes da escola já estava cheia de alunos. Estavam entusiasmados com as apresentações que viriam.
Fui convidado para participar de um dia de comemoração ao dia do folclore. Me pediram pra falar sobre a literatura de cordel enquanto parte do folclore brasileiro q representa a literatura popular. Mas antes da minha fala e dos cordéis que recitaria, assisti há algumas apresentações dos próprios alunos. Apresentaram teatro, músicas e danças regionais, comidas típicas, parlendas, trava línguas e contos de mitos do nosso folclore. Eu fiquei atento, observando a organização dos professores, que estavam por trás de tudo, e imaginando a importância de tudo aquilo diante de todas as dificuldades que passa nossa educação. Não há dúvida de que são guerreiros aqueles professores. Vi alguns alunos ali que se destacavam, percebi o interesse de tantos outros na participação das brincadeiras, percebi que apesar de tanta depreciação que gente q está de fora costuma fazer, há uma escola funcionando, professores ensinando e alunos aprendendo, crianças evoluindo. Valores morais e culturais sendo repassados, gente trabalhando com aquilo que têm ao seu alcance. Nao posso esquecer de mencionar a bela apresentação dos alunos da APAE e a dedicação dos professores. Mostrei um pouquinho da minha poesia através do cordel, e talvez possa ter ajudado de alguma forma. Quem sabe alguns daqueles versos possam ter chamado a atenção de alguns alunos, ou de apenas um, para o interesse na leitura desse gênero ou quem sabe até se arriscarem na escrita de seus primeiros versos. Quem sabe?!
A literatura de cordel em nossa região é muito pouco conhecida, produzida e estimulada, infelizmente, apesar de estarmos tão próximos do nordeste ou praticamente fazermos parte dele por termos tanto em comum. Aqui, a cultura de produção dos folhetos e xilogravuras praticamente não existe como no nordeste. Infelizmente e felizmente o cordel só é lembrado e lido nas escolas. Mas vou seguindo a passos de formiga🐜, escrevendo meus cordéis, brincando com os versos, apresentando qdo possível essa tão mágica arte popular e mostrando que o cordel pode ser uma ótima ferramenta de estímulo a leitura e escrita. Parabéns a todos os professores da escola XV de Novembro pelo ótimo trabalho. Obrigado pelo convite, Pablina.

A escola se reuniu
Para comemoração
Do dia do folclore
Com muita satisfação
Alunos e professores
Foram os grandes atores
Dessa bela apresentação

Esteve ali presente
A cultura popular
Muito bem Representada
Na atividade escolar
O folclore foi mostrado
Muito bem apresentado
Com alegria exemplar

Teve ali comidas típicas
lendas, mitos e cordel
Contação de histórias
E saídos do papel
Os mitos ganharam vida
Com a encenação vivida
De um modo muito fiel

Danças foram lembradas
E também as tradições
Que estão representadas
Em nossas cinco regiões
As influências e riqueza
Dos povos, da natureza
E de todas as religiões

Viva o nosso folclore
E a educação que peleja
Que insiste acreditando
Numa escola que seja
Instrumento de mudança
conhecimento e esperança
é o que todo mundo almeja.

Giano Guimarães





segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Um cordel para Tocantinópolis

Pra contar as belezura
Que a gente vê todo dia
Aqui nesta freguesia
Eu apresento o meu cordel
Feito de modo fiel
Num velho computadô
Com verdade e com amô
Falando da Boa Vista
Fazendo uma breve lista
Como receita um doutô

Se chama Tocantinópolis
A cidade onde nasci
Onde vivo e já vivi
Onde bola já joguei
Onde muito eu já brinquei
Debaixo de pé de manga
Procurando umas milanga
Para isca da pescaria
Pra onde ia no fim do dia
Com alegria e sem zanga

Foi uma infância feliz
A minha neste lugar
Eu não conhecia o mar
Mas tinha meu Tocantins
Que deságua nos Confins
Do meu sonho do presente
No rumo do sol nascente
É um rio frutuoso
Bonito é majestoso
Que traz vida a nossa gente

Nesta cidade importante
Do Bico do Papagaio
Eu tenho feito meu ensaio
Da poesia na terra
Pois meu coração nunca erra
O sentimento que sinto
Tão verdadeiro e distinto
Por este chão é sagrado
Na minha alma está guardado
E jamais será extinto

Nós ainda temos a feira
Temos festa do divino
Igreja tocando sino
O festejo e procissão
Quadrilha de São João
Gente na porta da rua
Fuxicando a luz da lua
Reparando a vida alheia
Igreja com missa cheia
Política e falcatrua

Ainda tem a rezadeira
Levantando arca caída
Tratando gente sofrida
Tirando todo quebranto
Na fé do espírito santo
E rezando o terço inteiro
Dentro de casa ou terreiro
Não morre essa tradição
Da reza, prece e oração
Do devoto verdadeiro

Também tem mulher de branco
Nego d'água e lobisome
Visage que vem e some
Capelobo pelo mato
Tudo isso existe de fato
Tem gente que não acredita
Mas quando vê vulto grita
De medo de assombração
Tem muita lenda no sertão
Falada e também escrita

O Ribeirão Grande ainda
É o refúgio da gente
Alívio pra nossa mente
Um descanso e diversão
Merece preservação
Todo tipo de cuidado
Pra se manter preservado
Para geração futura
Aproveitar a fartura
Deste ribeirão sagrado

Quando é boca da noite
A cidade vai parando
Luz do porte alumiando
Tobasa já apitou
Expediente encerrou
Os piti dogue e espetim
Vende lanche baratim
Tem gente que vai na praça
Para ver se o tempo passa
E o dia chega ao fim

No mês de junho começa
De noite aquela friage
Quando inicia a estiage
A paisage vai mudando
Vento forte assobiando
E muda a vegetação
Tempo do nosso verão
Muito sol, praia e turista
É gente na Boa Vista
Procurando diversão

E nas quadras de esporte
Nos campos de futebol
Na hora de se pôr o sol
O povo se movimenta
Joga, corre, treina e tenta
Viver de forma saudável
Nessa atmosfera agradável
Das praças desta cidade
Todos buscam felicidade
Isto é certo e inegável

Fim de semana tem música
Muito pagode e ousadia
Festa, seresta e alegria
Cantor, voz e violão
Gente indo pro ribeirão
Mergulhar na água fria
Pra renovar a energia
E curtir a natureza
Sossego e toda beleza
Neste chão de poesia

E é só aqui que tem
A rua do pau no mei
Quem um dia aqui já vei
Com certeza visitou
Foto lá até tirou
Abraçado com o pau
Ou apareceu no local
Pra saber se é verdade
Se o pau da localidade
Tá de pé e é real

E o povo no dia a dia
Dá sentido a este lugar
Indo cedo trabalhar
O professor, o ambulante
Vendedor, o comerciante
A doméstica, o barqueiro
O mecânico, o pedreiro
O estudante, o aposentado
Diferente dos apaniguado
Babão de politiqueiro

Terra de muitas aldeias
Da etnia apinajé
Povo que da terra é
O habitante primeiro
Que resiste guerreiro
Apesar do esquecimento
Falta de reconhecimento
Do absurdo preconceito
Luta para ter respeito
Justiça a todo momento

Muitos dizem que aqui
Já teve tudo no passado
O lugar foi apelidado
De cidade do já teve
E quem no passado esteve
Confirma esta sentença
Mas não é como se pensa
Muita coisa ainda tem
Pois tudo vai, depois vem
Para além da nossa crença.

Babaçu ainda nos rodeia
Esta palmeira imponente
Que dá um óleo potente
O azeite mais cheiroso
Pro tempero mais gostoso
Pra fazer o de cumê
É sabor que dá prazê
O Babaçu é cultura
A Quebradeira, bravura
Que nesse chão a gente vê

Esta portanto lhes digo:
É a Boa Vista eterna
Cidade antiga, muderna
Cheia de contradição
Muita história e tradição
Amada por sua gente
Que por ela muito sente
Um carinho verdadeiro
Este lugar por inteiro
Vive em nós eternamente.

Giano Guimarães

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Prefiro a poesia


Passam e correm os anos
O tempo carrasco traz a ventania
Hora a brisa chega em ventos mansos
Para encher meu coração de poesia

Nem sempre a chuva cai serena
Como nunca é tempestade todo dia
É melhor esquecer o passado
E olhar em frente, rumo a poesia

Na ilusão do conto de fadas
E na alegria da mercadoria
Buscam as pessoas uma estrada
A minha é a poesia

Eles querem uma luta armada
Com uma pesada artilharia
Preconceituosa e velada
Mas eu, prefiro a poesia.

Giano Guimarães


Tempo vão


Por um tempo vão
Eu tive que viver
Sem meu coração
Perdi muitos dias
Abri mão de alegrias
Preso à solidão.

Já muito ferido
Encontrei o rumo
Me encontrei comigo
Assumi o sentimento
Tudo aqui por dentro
Que me dá algum sentido.


Giano Guimarães

O frio


O frio só tem graça
quando eu te abraço,
quando teu corpo
ocupa o meu espaço.

Quando nossa pele
esquece o cobertor,
quando sentir frio
faz lembrar teu calor.

Giano Guimarães

Rosa do Deserto


No sertão do nordeste
Habita uma rosa encantada
A rosa que veio do leste
E no sertão foi adaptada
Fez de seu lar o agreste
E em nossos olhos morada
A rosa que o sol celeste
Não consegue deixar sapecada
A planta mais linda da peste
É a rosa do deserto florada.

Giano Guimarães


Poesia é juventude

Uma flor me perguntou
Por que poemas eu fazia
Então eu disse a ela
O motivo com alegria:
Escrevia para viver
Para jamais envelhecer
Pois é eterna a poesia.

Ela ficou muito feliz
Com a resposta inesperada
Resolveu desenhar o poeta
Segurando sua espada
A espada era uma flor
O poeta então chorou
Com a cena inusitada.

O poeta então lembrou
Que a flor da juventude
Pode estar em suas mãos
A cada jovem atitude
Basta jovem permanecer
E por dentro compreender
Que o tempo é uma virtude.

Giano Guimarães

Meu calmante

No simples e calmo instante
Do abraço mais carinhoso
Quando esse gesto é bastante
Importante no dia espinhoso
Quando teu sorriso gigante
Me sorri de um jeito amoroso
Tua pele se torna meu calmante
E teu olhar, meu remédio milagroso.

Giano Guimarães

Chuva de saudade

Nas manhãs de chuva,
abro a janela do peito,
olho rumo à saudade
que toma conta do horizonte;

Toma conta de mim,
do meu vasto pensamento,
do espaço vazio
transformado em sentimento;

Toma conta do meu dia
e só vai embora à noite
depois de virar poesia.

Giano Guimarães

Diretriz


Onde estive esses dias
Que não olhei para lua
Não fotografei as aves
Nem andei só, pela rua?
Preso ainda mais estive
Vivendo como o mundo vive
Numa realidade crua.

Estive em vão ocupado
Tão atento e infeliz
Tão sério e comportado
Seguindo toda diretriz
Estive apenas morto
Andando neste corpo
Sem procurar ser feliz.

Giano Guimarães


Espelho


Quando me olhei no espelho do mundo,
uma voz me disse que eu não era humano,
pois minha pele não era branca
e sobre o meu corpo não havia pano.
Mas por que, se eu parecia gente?
Estava havendo algum engano,
Eu falava, tinha braços, olhos e dentes.
Deveria ser um sonho insano,
onde pessoas diferentes
são mal tratadas no cotidiano.


Giano Guimarães

Os moralistas de goela

Fiquei hoje sabendo
Que Toc foi invadida
Por uma tal de gente
Que é muito pervertida
Um tanto de vagabundos
Uns Comunistas imundos
Gente nefasta bandida

O cidadão que disse isso
Nunca gostou de estudar
Matava uma aula danada
E não quis se graduar
Hoje cheio da sabedoria
Diz que pro país seria
Melhor um "MITO" ganhar

Gente que fala em Marx
Sem ter lido pagina sequer
Da obra deste pensador
Ou de um outro qualquer
Gente que livros odeia
Que a intolerância semeia
Ofendendo quem quiser

Critica a universidade
Mas nunca quis frequentar
É cheio de preconceitos
Reproduz sem pesquisar
Vive generalizando
Em memes acreditando
Sem em nada se embasar

É engraçado ver gente
Pagando de moralista
Chamando de maconheiro
Um estudante ativista
Quando a gente sabe bem
Que em Toc o que mais tem
É cachaceiro governista

Rapaz, aqui tem demais
Tanto sujeito babão
Puxador de saco velho
De político ladrão
Gente que não tem vergonha
Bebe uma cana medonha
Mas quer ser o "beatão"

Aqui tem um político
Conhecido por dizer
Que enquanto aqui tiver
Cachaceiro pra viver
Ele sempre ganhará
A política do lugar
E seu poder vai manter

E com ajuda dessa gente
Hoje ele tem se mantido
Fazendo pouco do povo
Mas ele é aplaudido
Distribuindo cachaça
No boteco e na praça
Pra muito eleitor vendido

Isso os moralistas não olham
Os guardiões da moral
Vivem batendo no peito
Pela decência total
Mas na própria cidade
Esquecem a calamidade
Da política imoral

Um bando de incoerentes
Querendo pagar de santo
Um tanto de cabra errado
Escondido pelo manto
Da falsa moralidade
Da podre politicage
Que aqui todos vemos tanto

Giano Guimarães

Poema sobre o mar

O oceano, um barco, uma rede
Os pés e o coração na areia
A mente num sonho de poesia
É tudo que o poeta semeia
Este poema é sobre o mar
Sobre a paz de um lugar
E sobre do que a alma está cheia.


Giano Guimarães

Nostalgia

Tenho saudade de um tempo
Em que tudo era mais simples
Sinto falta da pipa e do vento
Do bola na rua com os amigos
De contar histórias ao relento

Tenho saudades da inocência
Do meu tempo de menino
Da minha infante aparência
De quando eu não questionava
A injustiça, a dor é a existência

Sinto saudades da honestidade
Que eu via em quase tudo mundo
Hoje, fala mais alto a realidade
Desse sistema a cada segundo
Onde todos buscam uma "verdade".

Giano Guimarães


Cultivo

Entre dois mundos distintos
Queria cultivar flores ou frutos
Quem cultiva versos
Pode colher sentimentos no futuro
Ou pode lembrar do que viveu
Quando estiver mais maduro
Minha plantação de poesia
Não ficará num lugar cercado
todo poeta sente Alegria
Quando seu poema é declamado
Esse é o fruto que um dia
Com carinho foi Cultivado.


Giano Guimarães

Soneto de tristeza

Se os ventos mais bravios vão cessar
Não sei ainda. Hoje para minha surpresa
A chuva caia dos meus olhos sem parar
Das águas de uma nuvem de tristeza

Logo olhei para o céu sem esperança
Sem fagulha em mim de alguma alegria
Mas lembrei da minha firme aliança
Com os versos e a minha poesia

Tristeza às vezes vira poema
Como está acontecendo aqui agora
Diante da dor, angústia e problema

As dores vão ensinando a duras penas
A suportarmos a força que devora
A nossa paz por coisas tão pequenas

Giano Guimarães

Imperosa - Homenagem à cidade de Imperatriz-MA

Tenho guardado no peito
Um tempo muito feliz
Nesta cidade tão vibrante
Lugar onde fui aprendiz
Cidade tão laboriosa
É a grande Imperosa
Querida Imperatriz

A princesa do Tocantins
Vive dando vida a gente
É o coração Tocantino
Que pulsa incessantemente
A jóia dessa região
Rainha do Maranhão
É Imperatriz imponente

Tem lá suas contradições
Carência e dificuldade
Mas continua crescendo
E gerando oportunidade
Imperatriz tão querida
Forte, guerreira e sabida
É essa amada cidade

Giano Guimarães

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Voltas

Nas voltas que o mundo
vive dando toda hora.
Nos tempos já passados
que revivo no agora,
estão algum alento,
um curto sentimento
que vem e vai embora.

Que vem e vai embora,
o riso e a alegria,
o sono de uma noite,
a esperança de um dia.
Tudo volta pro lugar
se lá deveria estar,
isso alguém já dizia.

E em vez de voltar,
agora sigo em frente.
Como flecha no alvo,
como a água corrente.
Como manda o coração
vou vivendo de ilusão
enganando minha mente.

Giano Guimarães

Invenção

Invenção

Eu invento para não morrer logo
E se te crio em meu pensamento

É porque no vazio do teu abraço
Ficou todo o meu sentimento.

Eu invento para ficar em paz
E se me distancio a cada passo
É porque tudo me faz lembrar
Cada centímetro do teu espaço.

Eu invento para minha salvação
E se quem me salva é a poesia
Quem me ajuda é a invenção
A cada verso de um novo dia.

Giano Guimarães

Siga


Se te ferirem pelo caminho
Escreva um verso na mente
Ore, reze, medite ou caminhe
Trate a ferida que você sente
Não abandone seu ideal
Afaste tudo que te faça mal
E continue seguindo em frente.

Giano Guimarães

Distopia


Ta faltando otimismo
Só vejo hoje distopia
Para onde foi a esperança
Está morrendo a utopia
É tanta verdade oca
A razão ficando pouca
E muita gente vazia.

Giano Guimarães

Poesia infinita

O verso é infinito
Não existe fronteira
Cerca e nem limite
Ele é uma brincadeira
A cada novo encanto
Nasce em outro canto
Uma poesia verdadeira.

Giano Guimarães

Te encontrei

Eu andei por dois dias
sem chegar até você.
Eu cai bem do alto
sem saber o porquê.

Não saiam de mim,
as palavras de dor,
até que enxerguei
a borboleta e a flor.

E ainda uma música
vinda de um amigo,
trouxe enfim a brisa
que havia se perdido.

Então eu te encontrei
já bem no fim do dia,
na hora do sono,
eu te sonhei, poesia.

Giano Guimarães


Vento de calmaria

É muito pingo d'água
Tocando a água do rio
Da chuva doce do céu
Que acaba com o estio
O vento de calmaria
Soprou hoje neste dia
No meu peito e partiu

Mas vai voltar amanhã
Quando outra chuva cair
Sem pressa de soprar
Sem vontade de fugir
Essa calma da paisagem
Que parece uma miragem
Outra vez vai ressurgir.

Giano Guimarães

Porvir

Vai acabar logo mais,
este sonho tão bonito.
As flores vão continuar
e as luzes do infinito.
Talvez a gente continue
e pelo universo flutue
na barca deste escrito.

Vamos voar libertos
com asas de fantasia,
na letra de cada verso,
no raiar de um outro dia.
Vamos falar à outra gente,
num tempo diferente
com essa mesma poesia.

Giano Guimarães

Por dentro

Quando olhei teu sorriso
Parado no espaço e tempo
Vi a beleza mais interna
Daquele eterno momento
E foi na tua doce calma
Que descansei minha alma
Lotada de sentimento.

Giano Guimarães

Uma música

Dia meio cinzento
Um quarto meio colorido
Cheio de incertezas
Uma música direto na alma
E um pássaro reinando no céu
Nada neste dia foi melhor
Que a chuva que começou a cair
Pra aliviar meu espírito
No vidro da janela muita água escorrendo
No meu peito uma esperança veloz
E a lembrança de um sorriso
A lembrança da sensação de ter sido
Verdade o que eu vivi sem medo
Num passado distante.

Não há calma maior
Que essa louca calmaria
Misturada com saudade
No fim de um louco dia
Foi a música que salvou
E outra vez me libertou
Da sensação de agonia.

Giano Guimarães

Poesia de viver

De todas as coisas
Que poderão me dizer
Quando chegar o meu fim
E o fim eu estiver a ver:
É que fui um sonhador
Um poeta que viu o amor
Na poesia de viver.

Giano Guimarães

Vento de maio

Não sei se sou o vento
Ou a onda que ele cria
Talvez eu seja apenas
O olhar de mais um dia
Na beira do velho rio
Sentindo o arrepio
Da brisa da harmonia.
Giano Guimarães

O sonho continua

Eu sonhava com o amor
Bem antes de imaginar
Que pudesse te encontrar
Na beleza de uma flor
Já sabia até a cor
Dos teus olhos a me olhar
Tão profundos como o mar
Cheios de sinceridade
Me falando da verdade
Que o amor pode nos mostrar.

Giano Guimarães

Eu quero uma noite assim

Eu quero uma noite assim
lua, amigos e fogueira
Conversa, o som do mato
E o cantar da cachoeira
Meus pés pisando o chão
Eu dentro do meu sertão
Sonhando a noite inteira

Giano Guimarães

Face

Tua face fácil
Teu fascinante mundo
Minha facilidade com teu jeito
Teu faceiro jeito de ser
Minha farsa em dizer não
Sempre querendo dizer sim
Meu doce abrigo
Minha interface contigo
Mil e uma faces eu e você
Tua face na minha
Meu fascínio por ti
É fácil demais te querer

Giano Guimarães

Mãe

Mãe de holística beleza
E de frutífero amor
Mãe da mãe natureza
Mãe de nosso Senhor


Mãe de carinho eterno
De afagos e compreensão
Mãe de amor sincero
Que nunca recolhe a mão

Mãe que ama grandemente
Que cuida, aconselha
E na hora da dificuldade
Aos pés de Deus ajoelha

Mãe para sempre mãe,
Rainha da vida terrena
Soberana dos filhos e filhas
Divina amiga serena.

Giano Guimarães

No Bico do Papagaio

No Bico do Papagaio
Vive um povo guerreiro
Trabalha e enche o balaio
É lugar de povo ordeiro

Sua natureza é extrema
Tem babaçu a perder de vista
Prato cheio para um poema
Paisagens belas para o turista

A vegetação é “harmônica”
No Bico concorrem com o pasto
Um cerrado vasto
E a floresta amazônica

Aqui existem muitas plantas
Ribeirões e riachos,
Arvores tantas
Inúmeros pássaros

No céu voa o pardal,
O bentivi e o pica-pau
Eles habitam a mato
A floresta do cocal

Nessa terra canta o curió
Voa bonito o gavião
É lindo ver o socó
E a pipira comendo mamão

Passa na estrada o lambú
Corre seriema atras da cobra
Risca o céu de preto o anu
É bicho voando de sobra

No chão tem o preá
Tem cutia, tatu e quati
A preguiça e o tamanduá
Também a paca e o jabuti

Nas águas do bico
Peixes de todo tipo
Nos riachos a piaba, piau e mandi
Pacu, traíra, cará e o cari

Nos rios pirarucu, pintado e caranha
Corvina, dourado e piranha
E na canoa o pescador, vai jogando a tarrafa
Pescando com a esperança, de puxar a rede farta


Já a culinária do meu bico,
É rica no que brota do chão
Nos dá um cardápio rico
Desse solo brota o pão

Faz-se o beiju da tapioca
Do babaçu sai o azeite
Da farinha a paçoca
A coalhada do leite

São tantos frutos por aqui
Começando pela bacaba
Fruta parecida com açaí
Que aqui não se acaba

Com o buriti se faz de tudo
Faz-se o doce, se extrai o suco
Com a fibra bolsas e tapetes
Brinquedos, bijuterias e redes

E como é cheiroso o cupu,
Suculento e saboroso o bacuri
Gostosa a castanha do caju
Apetitoso o arroz com piqui

Aqui tem muita cajazeira
Amarelada, cheia de cajá
E bem alto a castanheira
Dando a Castanha do pará

E banhando a terra
Estão dois rios perenes
Entre curvas e quedas
São majestosos e solenes

Correm suas águas fazendo curva
É pedra, ilha e muita praia
Assim vai correndo o Tocantins
Até se encontrar com o Araguaia

Terra de um povo importante
Que aqui já estava
Bem antes dos habitantes
Que os pés aqui fincava

Essa é a terra dos apinajé
De ricos costumes e cultura
Que muito importante nos é
E deve ser tratado a altura

Região de grande potencial
Só carece de oportunidade
De incentivo industrial
Que de fato chegue à cidade

E no campo investimento
Incentivo ao produtor
Que do chão tira o sustendo
Da lavoura que plantou

Com tanta riqueza
E tantos recursos naturais
Como pode haver pobreza
E tantas mazelas sociais?

Assim descrevo nosso bico
É alegria de quem aqui mora
Contente e satisfeito eu fico
Se falam dele lá fora

Pois é lugar de povo trabalhador
Que no campo planta e cria
Semeia a terra com amor
E colhe com alegria


E na cidade acorda cedo
Labutando o sustento
Do trabalho não tem medo
Seu esforço é tremendo

Meu bico do papagaio
De cerrado, de mato e campina
De morro, serra e colina
De beleza que não termina

Bico que de mim não sai
Onde quer que eu esteja.
Do seu povo é mãe e pai
É fé, é vida e é grandeza.

Giano Guimarães
Tocantinópolis, 21/02/2013

Refugiados

Pais querendo salvar seus filhos
Do ódio assombroso da intolerância,
Da morte que chega pela guerra,
Interrompendo a inocente infância.


Pais fogem querendo dias de paz
Atravessam fronteiras a procura
De um pouco de humanidade
E talvez de um pouco de ternura.

Arriscam suas vidas fugindo
Da morte quase inevitável,
Lançam suas vidas ao mar
Num pequeno bote inflável.

Choram pelos entes que ficaram,
Vivem acuados por onde passam,
O medo é constante a sua volta
Pois temem algo de mal que lhes façam.

É vergonhoso ver esse mundo
De uma suposta humanidade,
Onde matar para muitos
Virou um ato de banalidade.

Que gente humana é essa?
Que gente humana trucida,
Espalhando morte e o terror
Em franca ação genocida?

Como será a dor de um pai
Vendo seu filho chorar
em fuga, com medo e fome
em busca de um novo lar?

Talvez seja uma dor parecida
Com a dor que sinto me abalar
Refletindo sobre essas pessoas
Me colocando no mesmo lugar.

Giano Guimarães

Sebastiana do Seridó: A história de uma guerreira

Autor: Giano Guimarães

Agora eu vou contar
A história de uma guerreira
Que não teme nem o mar
Nem a noite traiçoeira
Tudo é capaz de enfrentar
Nesta vida passageira

Seu nome é sebastiana
Mulher muito companheira
Assim como Leide Diana
Uma rainha verdadeira
Amorosa e soberana
Gentil e hospitaleira

Em Serra Negra do Norte
Deu-se o seu nascimento
lugar de gente de sorte
Que tem pra si um monumento
Uma serra que parece um forte
Um lugar de encantamento

E lá, no sertão do seridó
Desde cedo viu a dificuldade
Viu a seca castigar sem dó
E o povo passar necessidade
Viu açude cheio virar pó
Viu a fome na mocidade

Perdeu a mãe logo cedo
E se viu em grande tristeza
Sentiu a dor e o medo
E também a incerteza
Pois agora tinha partido
A Sua grande fortaleza

Alguns anos mais tarde
Outro ente seu se vai
Agora quem também parte
É Anselmo seu pai
Grande homem e baluarte
Seus seis filhos, guardai

Sebastiana tinha um sonho
Que era as letras aprender
Achava bonito quem lia
Assim também queria ler
Pois a poesia que ouvia
Algum dia iria escrever

Aos nove anos foi para caicó
Começa então sua jornada
Neste mundo agora estava só
E nas mãos não tinha nada
Ainda sofreria como Jó
No decorrer dessa estrada

Com sorte e com alegria
Teve a chance de estudar
com a ajuda de sua madrinha
Começou então a soletrar
Muito feliz ela ria
Pois podia as letras juntar

A galeguinha de Anselmo
Assim a gostavam de chamar
Sebastiana muito bela
Tinha uma beleza sempar
Era uma linda donzela
Era uma flor de juá

Sebastiana foi para o convento
Para ao sacerdócio se dedicar
Percebendo não ter vocação
O convento resolveu deixar
Para mais tarde seguir 
a vocação de ensinar

A vida lhe deu outro rumo
Bem longe dali iria parar
Noutro canto desta terra
Havia de seus pés fincar
muito longe de sua Serra
Nova vida foi buscar

Para chegar ao novo destino
Eram alguns dias de viagem
No caminho viu a força do divino
Na mudança da paisagem
O mato que antes era fino
Virou uma densa folhagem

Então chegou ao maranhão
Com muitos sonhos na bagagem
Muita pureza no coração
Alegria, força e Coragem
vazias estavam suas mãos
mas obstinação era sua mensagem

Na cidade de Imperatriz
Sebastiana começou a estudar
Tinha o sonho de ser médica
para os doentes ajudar
este sonho foi interrompido
quando resolveu se apaixonar

O destino como sempre faz
Colocou em seu caminho
Um jovem e vistoso rapaz
Bom de papo e seu vizinho
Que veio lá do Goiás
todo cheio de carinho

Sebastiana conheceu Duda
E junto com ele a paixão
Resolveram então fugir
De modo que houve confusão
Duda pensou em desistir
E por isso foi para prisão

Depois de esfriar a cabeça
E tomar um banho no rio
Duda recuperou sua certeza
E assumiu o seu desafio
De casar com a bela galega
E viver um tempo sadio

Logo tiveram que ir morar 
Na Boa Vista do Padre João
Sebastiana sem contestar
E pela falta de condição
Na casa do sogro foi pousar
Pois de dureza era a situação

Logo tiveram um menino
O primogênito Adriano
Um ano depois la vem vindo
Outro menino, é Luciano
Sebastiana vivia parindo
Então parou por dois anos

Depois da pausa merecida
Agora pela terceira vez
Sebastiana engravida
Então nasce uma menina
E Fabiana é o nome
Desta linda pequenina

Sebastiana com três filhos
Resolve voltar a estudar
Seu marido constrói uma casa
Para com a família morar
Eles agora vivem melhor
Debaixo de seu próprio lar

Aos poucos a vida sofrida 
Com luta vai se ajeitando
Sebastiana dona de casa
E duda fora trabalhando
\s crianças crescendo
E o tempo assim passando

Eles queriam mais uma filha
Então resolveram tentar
Em 1980 uma nova gravidez
Para a prole se encerrar
Mas só que dessa vez
um menino veio no lugar

Nasceu então o caçula
Este poeta que vos fala
Filho de um nortista
E de uma potiguar arretada
Em seu sangue corre poesia
E no peito uma alegria danada

A vida seguia para Thiana
Com quatro filhos para criar
Ela precisava de grana
Então começou a trabalhar
Começou a dupla jornada
Trabalhando fora e no lar

Sebastiana fez contabilidade
E o magistério começou a frequentar
Pois passou a ter vontade
De aulas então ministrar
Mulher de grande capacidade
Concurso resolver prestar

Em 1986 foi aprovada
Então se tornou professora
Profissão muito honrada
Era como ser uma doutora
Começaria então a nova jornada
Desta grande batalhadora

A partir deste ponto
A história fica mais triste
As lágrimas caem quando conto
O coração quase não resiste
Pois acabo me emocionando
Lembrando como tão cedo partiste

Em 1987 repentinamente
Duda de Sebastiana se vai
Muito jovem e subitamente
Morre aos 33 nosso pai
A vida mudaria radicalmente
Do peito a saudade não sai

Foi embora desta vida
Um bom pai, trabalhador
Que amava sua família
E a ela dava todo valor
A vida então prosseguiria
Sem nosso grande provedor

Sebastiana muito jovem
Da vida recebe um tapa
Perde cedo seu companheiro
Da tristeza ela não escapa
Sua vida mudará por inteiro
Agora começa uma nova etapa 

Sebastiana guarda o luto
Seus filhos não podem esperar
Tudo isso é um susto
Mas a vida deve continuar
Será mais difícil ainda
Dessas crianças cuidar

Duda não deixou posses
Só uma casa para lhes abrigar
E Uma pequena pensão
Para quatro bocas alimentar
Sebastiana ficou sem chão
Pois não sabia se iria aguentar

Sebastiana se apegou a fé
A Jesus cristo e a Jeová
Também a alguns amigos
Para essa barra suportar
Pois agora muita dificuldade
Ela começava a passar

Tudo era pouco e racionado
Roupa, brinquedo e material escolar
O dinheiro era contado
Mas o alimento nunca deixou faltar
Essa guerreira dava um jeito
Para os quatro alimentar

Ajudou em restaurante 
Para um extra receber
Vendia roupa e bijuteria
Até Jogo do bicho foi vender
Assim a peteca não caia
Nem a sua vontade de vencer

Sebastiana fazia o possível
Para as necessidades atender
Dos filhos que outrora
Melhor vida começavam a ter
As vezes até chorava
Mas o choro tinha que esconder

O tempo passava e a vida seguia
Essa jovem mulher precisava viver
Aos poucos deixava o luto
Para a vida aos poucos refazer
A despeito das más línguas
Ser feliz agora era o seu dever

Thiana deixou de ir só a missa
Na seresta resolveu aparecer
Colocou os pés na pista
E dançou até o dia amanhecer
Voltou a se divertir a galega
E feliz resolveu voltar a ser

Seu jardim começa a florescer
Brotando dentro de si alegria
O destino volta a lhe oferecer
A oportunidade que queria
De ser feliz e de novo ter
Um amor que bem lhe traria

E desta vez o destino faria
O inverso do que antes fez
Sebastiana então conheceria
Um Maranhense desta vez
Que arrebataria seu coração
Com uma grande rapidez

Neto era o nome dele
Motorista de profissão
E em sua caçamba amarela
Labutando o ganha pão
Estava sempre de sentinela
Planejando roubar seu coração

Começaram então a namorar
Sentiram que tinham afinidades
Viram então o amor repousar
E a companhia trazer felicidade
Resolveram então se juntar
E começar a vida noutra cidade 

Sebastiana volta para Imperatriz
Algo que talvez não imaginava
Mas o amor foi a força motriz 
Para o destino que a aguardava
Dando nova chance de ser feliz 
A quem talvez não esperava

Ali começou uma nova caminhada
Tinha agora um novo desafio
Pois no Tocantins ela lecionava
Todo os dias atravessando o rio
E depois ao Maranhão voltava
Pois deste lado também trabalhava

Logo depois passou no vestibular
A labuta aumentou no dia a dia
Pois também tinha que estudar
Começa a faculdade de biologia
E não seria fácil conciliar
Como depois logo perceberia

As coisas foram melhorando devagar
E seus filhos se encaminhando
Cada um de um modo particular
Sebastiana ia se orgulhando
Depois de tanta peleja passar
A vida estava lhe recompensando

Em 2002, mais uma vitória
Em ciências biológicas se formou
Não se tornou uma médica
Mas sobre a vida muito estudou
Se sentiu muito realizada
E em sala a muitos ensinou

Cansados da rotina e correria
Depois de 15 anos em imperatriz
E pensando na aposentadoria
A Tocantinópolis decidiram retornar
Com a vida um pouco mais tranquila
Lá, os pés agora iriam plantar

E de volta a cidade dos filhos
Por dois anos muita tranquilidade
Neto já estava aposentado
Thiana esperando completar a idade
E de novo o destino aloprado
Reservaria a dor da fatalidade

Com sua saúde fragilizada
Neto tinha doente o coração 
Sebastiana muito preocupada
Passou por muita aflição
Pois Neto já tinha marcada
Uma delicada operação

Neto não resistiu a cirurgia
Neste momento ficamos sem chão
Ninguém esperava que assim seria
Houve muita tristeza e comoção
Thiana mais uma vez sentiria
O desalento e a dor da solidão

O marido, pai e amigo se foi
Companheiro de vários anos
Muitas lembranças ficaram
E lá se foram muitos planos
Que foram interrompidos
Para dar lugar aos prantos

Thiana lentamente vai tentando
Esta grande perda superar
Recebe a força dos amigos
E também o apoio familiar
Todos ficaram muito sentidos
Com drama da forte potiguar

Um ano mais tarde Bastiana
Conseguiu enfim se aposentar
Depois de 25 anos de sala
Chegou a hora de descansar
Cumpriu seu papel com honra
Dedicação e de modo exemplar

Outras alegrias vieram 
Depois do tempo turbulento
Filhos, seus filhos tiveram
Fazendo dos netos o alento
José, Enzo, Junior e Flor
São seu precioso unguento

Sebastiana resolveu viajar
Lá pra bandas do exterior
Desta vez foi visitar
Seu filho muito batalhador
Nos Estados Unidos foi passear
E esquecer um pouco a dor

Sebastiana descobriu a poesia
E sua capacidade de criar
Se entregou a arte dos versos
Para belos poemas nos dar
Nestes poemas estão imersos
Sentimentos e sua vida neste lugar

Mas o tempo e a distancia
De sua terra e seus entes
Lhe trouxeram muita carência
Saudade e tristeza latentes
Retornar a sua descendência
Era uma vontade insistente

Pois não esqueceu da rapadura
Que adoçou a sua infância
Numa época muito mais dura
Foi sua fonte de sustança
O tempo não levou sua candura
Muito menos sua esperança

Voltou várias vezes à sua terra
Para suas raízes reviver
Ver o xiquexique e o mandacaru
E a caatinga com prazer
Rever sua Serra Negra tão linda
Que com seu peito faz mexer

Essa é a história de Sebastiana
A biografia mais que resumida
Desta mulher de grande fama
Arretada da peste assumida
Que passou por muito drama
Mas no fim venceu na vida

Estas linhas foram poucas
Diante de tudo que podia falar
Bondade, amor e força
Sempre teve muito para doar
Alegria e alto astral
Estão com ela em todo lugar

Pessoa querida e especial
Tão humilde e solidária
Esta é uma pequena homenagem
A essa mulher sexagenária
Que hoje completa seis décadas
Mas que merece ser centenária.

Poemas ao acaso