segunda-feira, 13 de agosto de 2018

No Bico do Papagaio

No Bico do Papagaio
Vive um povo guerreiro
Trabalha e enche o balaio
É lugar de povo ordeiro

Sua natureza é extrema
Tem babaçu a perder de vista
Prato cheio para um poema
Paisagens belas para o turista

A vegetação é “harmônica”
No Bico concorrem com o pasto
Um cerrado vasto
E a floresta amazônica

Aqui existem muitas plantas
Ribeirões e riachos,
Arvores tantas
Inúmeros pássaros

No céu voa o pardal,
O bentivi e o pica-pau
Eles habitam a mato
A floresta do cocal

Nessa terra canta o curió
Voa bonito o gavião
É lindo ver o socó
E a pipira comendo mamão

Passa na estrada o lambú
Corre seriema atras da cobra
Risca o céu de preto o anu
É bicho voando de sobra

No chão tem o preá
Tem cutia, tatu e quati
A preguiça e o tamanduá
Também a paca e o jabuti

Nas águas do bico
Peixes de todo tipo
Nos riachos a piaba, piau e mandi
Pacu, traíra, cará e o cari

Nos rios pirarucu, pintado e caranha
Corvina, dourado e piranha
E na canoa o pescador, vai jogando a tarrafa
Pescando com a esperança, de puxar a rede farta


Já a culinária do meu bico,
É rica no que brota do chão
Nos dá um cardápio rico
Desse solo brota o pão

Faz-se o beiju da tapioca
Do babaçu sai o azeite
Da farinha a paçoca
A coalhada do leite

São tantos frutos por aqui
Começando pela bacaba
Fruta parecida com açaí
Que aqui não se acaba

Com o buriti se faz de tudo
Faz-se o doce, se extrai o suco
Com a fibra bolsas e tapetes
Brinquedos, bijuterias e redes

E como é cheiroso o cupu,
Suculento e saboroso o bacuri
Gostosa a castanha do caju
Apetitoso o arroz com piqui

Aqui tem muita cajazeira
Amarelada, cheia de cajá
E bem alto a castanheira
Dando a Castanha do pará

E banhando a terra
Estão dois rios perenes
Entre curvas e quedas
São majestosos e solenes

Correm suas águas fazendo curva
É pedra, ilha e muita praia
Assim vai correndo o Tocantins
Até se encontrar com o Araguaia

Terra de um povo importante
Que aqui já estava
Bem antes dos habitantes
Que os pés aqui fincava

Essa é a terra dos apinajé
De ricos costumes e cultura
Que muito importante nos é
E deve ser tratado a altura

Região de grande potencial
Só carece de oportunidade
De incentivo industrial
Que de fato chegue à cidade

E no campo investimento
Incentivo ao produtor
Que do chão tira o sustendo
Da lavoura que plantou

Com tanta riqueza
E tantos recursos naturais
Como pode haver pobreza
E tantas mazelas sociais?

Assim descrevo nosso bico
É alegria de quem aqui mora
Contente e satisfeito eu fico
Se falam dele lá fora

Pois é lugar de povo trabalhador
Que no campo planta e cria
Semeia a terra com amor
E colhe com alegria


E na cidade acorda cedo
Labutando o sustento
Do trabalho não tem medo
Seu esforço é tremendo

Meu bico do papagaio
De cerrado, de mato e campina
De morro, serra e colina
De beleza que não termina

Bico que de mim não sai
Onde quer que eu esteja.
Do seu povo é mãe e pai
É fé, é vida e é grandeza.

Giano Guimarães
Tocantinópolis, 21/02/2013

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